quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Doce ira


Fecho os olhos para não julgar meus atos em corretos ou não. Eu sou assim, cega dos olhos, intensa do coração.
Não gosto dessas definições limitantes, posso brigar por quem eu quiser, pela sua ou pela minha causa, pelo sim ou pelo não, desde que me toque no peito. Eu sou a ira, não a insensatez.
Dos amores intensos o fim cabe a mim discutir; das consequências bem elaboradas cabe a mim destruir, sempre com uma cautela que me falta, de mãos cerradas e pés fora do chão.
Engana-se quem acredita na minha falta de argumentos. Alterar a minha voz em tom alto, gesticular incansavelmente, dar a cara para a próxima briga não tira minhas razões, minha compreensão. Só não me peça para aceitar em silêncio. Ah, isso não!
Eu esbravejo porque preciso que me ouçam, eu enlouqueço porque me manter sã é perder a intensidade, quero o seu prazer por completo, eu sou a ira!
Posso querer também sua lágrima, sua atenção, sua ignorância. Você pode me olhar com esses olhos de canto, outro pode ainda ignorar a minha existência, mas ninguém vive sem um pedaço de mim, nem que seja desfrutado no escuro.
O prazer, o seu e o meu, é a minha ira.

6 comentários:

Vaidade disse...

você é tão poderosa que me faz perder a pose.

Unknown disse...

me arrepiei da cabeça aos pés com o texto. e não é figurativo : me arrepiei mesmo.

parabéns, adorei.

Luxúria disse...

Todo bom sexo é aquele que vem seguido de uma boa briga. Te adoro, querida.

sueli disse...

sueli..se 1 é bom 3 então é maravilhoso!!! vcs são demais...deliciosamente demais!!!

marli disse...

GENTE DIZEM QUE LITERATURA É GASTRONOMIA..E É VERDADE..AGORA VCS APRESENTARAM ALGUNS PRATOS APETITOSOS E SUMIRAM..QUEREMOS MAIS

jean michel disse...

pessoaaaas nao deixem o blog morrer! faz tempo que entro querendo ler novos posts! voces mandam bem.. beijo