segunda-feira, 8 de março de 2010

A luxúria tem a forma de uma mulher...

E isso não pecado.

Eu não poderia ter outro corpo, nem outros contornos. Porque só uma mulher consegue escrever nas próprias curvas o que realmente procura e o que realmente quer.

Eu tenho seios, de todos os tamanhos, porque só os seios de uma mulher conseguem responder que sim (ou que não) a um toque. Porque os seios não vão saber mentir, nem quando os olhos se esforçarem para isso.

Eu tenho a forma de uma mulher nos meus cílios, mais longos, mais bonitos e que sabem o momento certo de diminuir ou aumentar a velocidade com que piscam. Eu sou mulher nas minhas sobrancelhas que contornam meus olhos e devolvem, como um tiro, qualquer indignação que venha de encontro ao meu rosto.

Eu sou a cintura de uma mulher que se aceita na condição de cintura, o lugar onde as suas duas mãos repousam e me conduzem, sem saber que na realidade são conduzidas e que eu, como mulher, sei lançar mentiras carinhosas para povoar os seus sonhos e melhorar as minhas noites.

Eu sou mulher nas minhas unhas, porque a Luxúria precisa arranhar e deixar marcadas as costas de quem deixá-la de costas e de frente para o mundo. Eu sou mulher na maciez do meu corpo, dos meus cabelos, no cheiro das minhas pernas e do meu suor. Sou mulher da mancha que eu deixo nas pessoas, de batom, de saudade, de desejo. Eu sou mulher em todas as terminações do meu corpo que trabalham juntas pro meu e pro seu prazer e não se esquecem e nem se abandonam.

Eu sou mulher em orgasmos múltiplos. Em sonhos múltiplos. Em amores múltiplos. Em humores múltiplos.

Eu só poderia ser mulher… eu tenho a forma, os medos e avidez insaciável de uma mulher. E isso não é pecado, só um convite.

3 comentários:

Adriano Godoy disse...

Convite aceito.

Ira disse...

e mesmo se fosse...

Carol Caran disse...

Mulher, você se supera a cada dia. Pura luxúria. Mesmo.